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Psicologia Corporal – Volume 5

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Descrição

“Há coisas para as quais não se educa”… essa frase de Reich continua ressoando enquanto alguns o consideram um libertino, um anarquista, que queria a satisfação de todos os impulsos, criando com isso um ser humano irresponsável e insaciável. Nós podemos ouvir a mesma frase de outra maneira e buscar a essência humana, que é naturalmente harmônica e amorosa: harmônica consigo mesma, com o próprio orgasmo, com o qual pode pulsar sincronicamente e buscar a própria satisfação aceitando também as frustrações que indicarão a forma e o momento em que a satisfação pode ser alcançada… amorosa consigo mesma e com os outros, garantindo o valioso bem do respeito – do auto-respeito e do respeito mútuo.

A revista Psicologia Corporal chega nesse início de outono com muitas ideias e reflexões sobre a educação. Acreditamos que isso não acontece por acaso. Estamos precisando rever nossos conceitos, seja como terapeutas, psicoterapeutas, pais, educadores, seres humanos que somos. É uma tarefa urgente.

A construção de novos saberes se dá pela troca de conhecimento e experiências entre as mais diversas profissões. Essa é a proposta da Revista Psicologia Corporal.

O meio ambiente estressante comprometendo o desenvolvimento neuropsicofisiológico da criança / José Henrique Volpi

A gravidez é uma situação transitória que faz parte do processo normal do desenvolvimento. A complexidade de fatores que envolvem a espera de um bebê exige uma reestruturação e reajustamento do casal em várias dimensões gerando estresse tanto para os pais, quanto para a criança. O meio ambiente é rico em estímulos estressantes e podem comprometer o desenvolvimento neuropsicofisiológico da criança, determinando seu terreno energético e traços de um caráter neurótico.


Uma compreensão reichiana sobre a bulimia nervosa / Letícia Barbisan

No presente artigo elaborou-se um estudo sobre o transtorno alimentar, mais especificamente a Bulimia Nervosa, que constitui uma patologia grave e hoje se apresenta cada vez mais no cotidiano das pessoas. Buscou-se identificar este transtorno numa visão reichiana. Neste contexto comentou-se sobre os hábitos alimentares, onde foram pontuadas questões relevantes quanto ao desenvolvimento deste transtorno da alimentação e que se pode concluir que é decorrente de um bloqueio no segmento oral que faz parte dos primeiros meses de vida do bebê, compreendendo o período da amamentação. Isto tudo ocorre devido à falta de maternagem, amamentação sem qualidade ou pelo desmame precoce ou tardio.


Criminalidade: uma leitura reichiana / Flávio Roberto de Carvalho Santos

Dada a evolução da criminalidade em nossa sociedade contar cada vez mais com jovens, este artigo busca destacar os aspectos neuro-afetivos presentes na construção da subjetividade desses adolescentes em problemas com a lei. A base teórica se respalda na economia sexual da abordagem reichiana, que compreende o sujeito como uma unidade funcional. Assim, no desenvolvimento do ser humano, a forma de interação da vida neuro-vegetativa, neuro-muscular e neuro-psicológica tem um papel fundamental na descarga energética eficiente e satisfatória para uma vida saudável. Esta visão nos possibilita uma melhor e diferenciada compreensão acerca da problemática atual e das propostas de medidas preventivas futuras.


Enquadre na vegetoterapia caracteroanalítica / Xavier Serrano

Baseado nos trabalhos de Wilhelm Reich, percorrendo as contribuições de Federico Navarro, Xavier Serrano, outros  profissionais e instituições, o presente texto tem como objetivo ressaltar a importancia do enquadre (setting) na vegetoterapia caracteroanalítica. Enfatiza a sistemática clínica da vegetoterapia, o diagnóstico estrutural, a relação terapêutica que se vai estabelecendo entre paciente e orgonoterapeuta em um bem definido e coerente marco de atuação e desenvolvimento.


O estresse e os bloqueios nos segmentos de couraça / Cleide Negri dos Santos

Wilhelm Reich foi o precursor do trabalho corporal no tratamento e análise dos conflitos emocionais. Baseado na observação do comportamento de seus pacientes e em estudos sobre o funcionamento do sistema nervoso, criou o método de Análise do Caráter. Reich percebeu que conflitos e emoções vividos pelo indivíduo ao longo da vida ocasionavam bloqueios no fluxo energético em regiões do organismo. A este bloqueio deu o nome de couraça muscular. Para uma melhor compreensão das couraças, Reich mapeou o corpo humano em sete segmentos, sendo eles: ocular, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal e pélvico, os quais são trabalhados do primeiro em direção ao último, por meio de movimentos específicos (actings), por meio da técnica denominada de Vegetoterápica Caracteroanalítica. Segundo essa metodologia, a ação do estresse ocasiona um registro no corpo, formando os bloqueios energéticos (couraças) que, posteriormente, se manifestam em biopatias e traços de caráter. Por meio da vegetoterapia, a energia estagnada se mobiliza, a circulação energética se reequilibra e o organismo adquire novamente seu estado de equilíbrio.


A musicalidade das teorias corporais / Chiara Lorenzzetti

A música e as sonoridades do corpo, por serem um canal de acesso direto às emoções são bastante utilizadas pelos terapeutas corporais no auxílio da movimentação da energia do indivíduo. Elas podem causar impressões e sensações que são percebidas no corpo como, por exemplo, na barriga, no peito, na garganta: o choro, o riso, o movimento. Elas movimentam reações neurofisiológicas, nos remetem a lugares, a cheiros, criam pensamentos, nos levam à expressão de reações, a emoção. Estudos apontam uma memória auditiva presente desde o útero. Temos registros sonoros muito antigos que podem ser acessados criando um ambiente sonoro semelhante. Talvez, por tantos motivos relevantes, as sonoridades sejam tão utilizadas por estas abordagens. A movimentação orgânica e psíquica acontece e facilita o acesso às emoções para que aconteça o processo terapêutico. Os sons e ritmos corporais não escondem a real situação caracterial do indivíduo. Assim percebemos a importância de nos atentarmos na escolha das músicas a serem utilizadas nos trabalhos corporais e nas sonorizações emitidas pelo corpo, pois estas estarão movimentando ou estagnando a energia.


O conceito de graça e espiritualidade para a educação da criança, na família e na escola / Leonardo José Jeber

Neste texto apresenta-se o conceito de graça e espiritualidade como elementos essenciais para a formação da personalidade da criança. Apresenta-se também a importância da expressão emocional da criança para a manutenção do seu estado de graça e espiritualidade bem como a maneira da Análise Bioenergética contribuir para que educadores – mães, pais e professores – possam educar adequadamente as crianças em nossa sociedade.


Constipação: uma leitura reichiana do sintoma e do caráter / Fabiano Narciso

É comum para os profissionais da saúde se depararem com pessoas que se queixam por não conseguir evacuar. Neste artigo, utilizaremos o termo constipação, cuja definição margeia-se no tratar do sintoma de irregularidade do intestino causando dificuldades no ato de evacuar. Sendo assim, o leitor terá subsídios para compreender a constipação como sintoma de muitos transtornos emocionais que, provavelmente, tiveram origem na infância comprometendo a personalidade. Poderá verificar ainda como é feita a leitura e o tratamento desse tipo de paciente pela técnica da Vegetoterapia.


Encantar para ensinar: uma forma alternativa de educar / Marlize Spagolla Bernardelli

Neste artigo é apresentado, resumidamente, uma forma alternativa de ensinar, tendo o “encantar” como técnica motivadora. A intenção é levar os alunos à compreensão e ao estudo de maneira satisfatória, prazerosa e atraente, eliminando ou reduzindo os problemas da falta de atenção, indisciplina, desmotivação e baixo rendimento escolar. Com sua aplicação, o resultado mais significativo a ser obtido será o de proporcionar aos alunos uma maneira de concretizar o fazer, o apreciar e o contextualizar o conhecimento, orientando-os no entendimento do fluxo de entrada e saída de informações, na busca de novos significados em sua vida cotidiana e na integração à sociedade.


Desafios da adaptação na pré-escola / Elair Maria de Sousa, Ilza Cazeli e Sonia Maria Borges

O ingresso da criança na escola tende a ser um período muito importante não só para ela, como também para sua família, gerando uma série de expectativas e projetos. A ansiedade dos pais e das crianças se mistura a um conjunto de interesses e desejos diversos diante deste novo campo de interações e relações objetais. Entretanto, a naturalidade com que muitos pais encaram os primeiros momentos dessa nova vida parece esconder os mistérios e fantasias que se despertam na mente de crianças ao se deparar com um mundo estranho de gente esquisita e hábitos diferentes daqueles com que estavam acostumados. Essa sensação tende a se tornar ainda mais profunda se lembrarmos que o ingresso para a pré-escola se dá cada vez mais cedo em nossa sociedade. Tomando como eixo de análise o corpo teórico das psicoterapias corporais, buscamos compreender os diversos sentimentos que atravessam esse período de adaptação da criança na pré-escola, bem como alguns comportamentos e atitudes que podem aumentar ou reduzir a ansiedade que envolve tal período.


A vegetoterapia como proposta de autoconhecimento e resgate da autonomia do caráter oral / Ana Rosa Brum Marcellos Rocha

O quadro de conformismo e dependência identificados na cultura brasileira revela o adulto inseguro que não acredita ser capaz de agir por si mesmo. Falta-lhe saber quem é, o que quer e estruturar-se para atuar como pessoa que sente, percebe e faz. Para a eficiência deste processo é necessário que o seu “eu” se revele através da percepção corporal para que a mente possa acreditar nas suas descobertas e finalmente agir rumo à transformação de si e do meio social em que está inserido. Reich introduziu a observação do corpo à análise e com sucesso, desenvolveu técnicas terapêuticas que propunham a autodescoberta. O ser humano só prova a sua existência naquilo que faz e, para tanto, precisa estar entregue, disponível, inteiro. Com a rigidez muscular, conquistada ao longo da vida, instalada no corpo, dificilmente este corpo se disponibilizará para a entrega. A vegetoterapia propõe resgatar a autonomia da pessoa por meio do desbloqueio das couraças instaladas no corpo. Autoconhecer-se significa adentrar um mundo novo onde o desconhecido parece ameaçador.


Os segmentos de couraça e os chakras / Harbhajan Kaur

A nossa felicidade depende, entre outras coisas, do quanto sabemos a respeito de nós mesmos. Na tentativa de buscar essa felicidade nos deparamos com incontáveis caminhos que nos trazem um conhecimento acerca do que é ou do que não é a felicidade. Essas concepções teóricas muitas vezes não passam do plano do intelecto, isto é, a felicidade verdadeira que se conquista pela liberdade não se interioriza no corpo físico. Buscar essa integração do subjetivo com a realidade física tem sido o foco de interesse da humanidade a milhares de anos. No percurso da história, Reich nos traz uma proposta de vivenciar essa felicidade numa realidade física. Ele postulou que regulando a energia orgânica, através do desbloqueio do que ele chamou de couraça muscular, o prazer à vida, a capacidade de se obter uma potência orgástica, seria resgatada pelo rompimento da estase libidinal. Em termos energéticos essa proposta é semelhante aos ensinamentos do Tantra, mais especificamente, o Tantra-Yoga, que busca através do prazer corpóreo a bem-aventurança espiritual, a felicidade suprema. Este artigo tem como objetivo fazer a relação dos Chakras com os segmentos de couraça, principalmente o ocular.


O grupo de movimento como estratégia de redução de danos para usuários de drogas / Scheila Silva Rasch e Maria Lúcia Teixeira Garcia

Retrata um estudo piloto vinculado ao projeto de pesquisa desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde Coletiva, da UFES,  compondo parte da proposta metodológica da dissertação, que terá o enfoque qualitativo, pois buscará investigar a interpretação que os sujeitos dão aos fatos sociais. Objetiva refletir sobre a aplicabilidade do Grupo de Movimento (GM) para os usuários de drogas (UD), como estratégia de redução de danos. Utiliza pesquisa bibliográfica e documental tendo como fontes os registros das percepções dos participantes dos GMs, no período de 1995 a 2003, e os prontuários dos pacientes. Tal experiência foi vivenciada no Centro de Prevenção e Tratamento de Toxicômanos (CPTT), Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), da Prefeitura Municipal de Vitória/ES (PMV/ES). Esse Centro foi criado em 1992, como referência na atenção ao uso de drogas, tanto as drogas lícitas quanto as ilícitas, tendo como campos de atuação a prevenção, o tratamento, a formação de profissionais e a pesquisa. Atualmente é o único Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), no Espírito Santo.


Cantando as histórias que corporificamos / Fabiane Alonso Sakai

A forma como o corpo organiza a ação, o movimento e as sensações que emergem do metabolismo tissular é um processo somático ao qual dá-se o nome de corporificação, retratando uma estrutura de caráter. Este processo é como uma matriz que retém as histórias das experiências corporalmente, as histórias que organizam a experiência dando permanência às experiências corporificadas. O cantar é uma forma de expressarmos o corpo através do som. Com o vibrar da voz o corpo vibra, ressoa suas várias partes, permitindo desta forma serem ouvidas como expressão sonora. Cantar, dançar e tocar instrumentos é uma forma de liberar nossa energia interna para o mundo externo. O sonoro externalizado dá forma aos conteúdos internos acessando nossas histórias.


Diferentes olhares construindo novos saberes / Danielle Tetü Rodrigues, José Claro da Fonseca Neto e José Henrique Volpi

Este ensaio apresenta-se como uma reflexão sobre diferentes saberes no campo da interdisciplinaridade, tendo como objeto de discussão central o educador ambiental. Parte-se do pressuposto que a prática da Educação Ambiental (EA) não está restrita a uma única ciência ou profissional, mas deve estar voltada a todos aqueles que se interessem pela questão. E foi a partir desse pressuposto, que nós, autores, vindos de distintas áreas do saber como o Direito, a Biologia e a Psicologia, nos reunimos para trocarmos nossas experiências e construirmos novos saberes.


A arte do afeto na educação ambiental / Angélica Góis Morales

Ao anunciar de cada nova crise, vozes estão se erguendo para apontar novos caminhos que nos permitem sair de situações difíceis e conflitantes. A Educação Ambiental, reconhecida como uma destas vozes, surge como mediadora e resposta aos problemas sócio-ambientais dentro de uma proposta interdisciplinar e complexa. Dessa maneira, ante a necessidade de se trabalhar alguns valores para manutenção da vida no planeta Terra, formou-se o grupo AMOReco com o propósito de disseminar o belo e ações voltadas a uma educação de afetos. A abordagem metodológica utilizada baseou-se nos princípios da Educação Ambiental, onde a ênfase é colocada no sentir, como forma de educar, buscando uma relação otimista como Reich, Boff, Morin entre outros evidenciam. Assim, foram realizados cursos com encontros diários, onde trabalhou-se assuntos temáticos devidamente estruturado, por meio de atividades teóricas e práticas e do aprendizado seqüencial além de muitas outras, obtendo ótimos resultados, estimulando a participação, sensibilização e envolvimento entre os participantes.


O impacto do uso (excessivo) da internet no comportamento social das pessoas /Karin Sylvia Graeml, José Henrique Volpi e Alexandre Reis Graeml

Este artigo faz uma análise dos impactos que o uso excessivo da Internet pode trazer para o comportamento social das pessoas. Baseados em estudos realizados nos EUA, os autores traçam o perfil do internauta dependente, as possíveis causas desta dependência e seus efeitos adversos. Também são ressaltadas as características dos não dependentes e os benefícios que a Internet pode trazer para as pessoas que a utilizam comedidamente.

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