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Psicologia Corporal – Volume 2

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Descrição

É com grande prazer que colocamos em suas mãos o segundo volume da coleção Psicologia Corporal. A cada nova edição nos damos conta do quanto é importante que, além de desenvolver nossas práticas pessoais no campo das Psicoterapias Corporais e da Psicologia Corporal como um todo, também compartilhemos as idéias que são base e produto de tais práticas. O compartilhar dessas idéias é a essência do movimento que torna a abordagem corporal cada vez mais dinâmica, mais presente, mais científica e sobretudo, mais humana. Reich comparou o trabalho ao amor e ao conhecimento enquanto fonte da vida. Julgou que a vida deveria ser governada por todos os três. Isso faz pensar que o ser humano é naturalmente produtivo, mas que infelizmente, por força de uma sociedade repressora, essa produtividade é inibida. Acreditamos que sendo capazes de compartilhar, poderemos crescer como pessoas e ajudar nossas profissões a crescer como ciência.

Psicologia Corporal / José Henrique Volpi e Sandra Mara Volpi

A Psicologia Corporal dedica-se a estudar as manifestações comportamentais e energéticas da mente sobre o corpo e do corpo sobre a mente. É uma abordagem humana que busca compreender todo ser vivo como uma unidade de energia que contém em si dois processos paralelos: o psiquismo (mente) e o soma (corpo). Tem por objetivo reencontrar a capacidade do ser humano de regular a sua própria energia e, por conseqüência, seus pensamentos e emoções, oferecendo a ele a oportunidade de alcançar uma vida mais saudável. A Psicologia Corporal tem suas raízes em Wilhelm Reich (1897-1957), médico vienense e colaborador de Freud que, ao romper com a Psicanálise, criou sua própria escola, segundo a qual pensamento e emoção são indissolúveis e influenciam-se mutuamente. A partir de Reich, diversos outros pesquisadores criaram seus próprios modelos de trabalho e, alguns, sua própria escola, teoria e metodologia, mas todas elas objetivam estudar as manifestações comportamentais e energéticas da mente e do corpo.


Pingue-Pongue com Wilhelm Reich / Sara Quenzer Matthiesen

Quem nunca brincou de pingue-pongue ou bate-bola? Não me refiro às atividades esportivas, mas, sim, aquela conversa a dois em que um  faz a pergunta e o outro, mais do que depressa, responde a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Obviamente que isso não é originalidade minha, mas lendo um jornal de minha cidade numa sala de espera de um consultório médico, retomei a lembrança de uma entrevista fictícia com Reich e que me chamou muito a atenção. Inspirada por estas duas fontes resolvi, com base na obra desse autor, arriscar algumas respostas, sem que houvesse outro objetivo que não fosse  divulgar um pouco mais suas idéias.


Agora não quero mais! / Natalina De Bastiani

Criança alguma parece conseguir preservar sua integridade em nossa cultura. Todos nós vivemos refletidos em espelhos esfacelados e, por isso, cada ser humano encontra-se um pouco na história do outro. Somos afetados pelos valores e contra-valores culturais que nos levam a abrir mão do melhor de nós mesmos, de nosso “self primário” para não corrermos o risco do abandono. A perda do amor é o grande dragão que nos ameaça. E para evitá-lo somos compelidos a abandonar nosso ser mais genuíno. Quem já não ficou extasiado diante da ternura e do prazer da mãe amamentando o filho?


Enquanto a auto-regulação não é possível… / Simone Sabino

Torna-se inevitável para quem lê, estuda, reflete e aplica o que Reich deixou como legado de seu trabalho, acreditar que a saída para a formação de uma nova geração de crianças e adolescentes está na possibilidade de se introduzir nos sistemas educacionais os princípios da Auto-Regulação. Sabemos, no entanto, o quanto isso é difícil…Esbarra-se na neurose massificada… Mas como Reich, que acreditava incondicionalmente no potencial da saúde, não podemos desistir! Sendo assim, o que se pode fazer pelas nossas crianças e adolescentes enquanto a Auto-Regulação ainda não se instala como principal princípio norteador da Educação ?


O tigre e o dragão… e o super-homem / Alberto Pucci Junior

Algum tempo atrás assisti ao filme de Ang Lee, “O Tigre e o Dragão”, e fiquei muito impressionado com as belíssimas imagens da seqüência na floresta de bambu, quando Li Mu Bai e Jen (ou Jiaolong) se enfrentam. Essas cenas lembram o gênero de filmes chamado de “Wuxia” sobre guerreiros e cavaleiros errantes, que está para a China assim como o western está para os Estados Unidos. A ação do wuxia desenrola-se em um passado místico, no qual os praticantes de artes marciais podem atingir capacidades sobre-humanas. A canalização da energia interna (Ki ou Chi), em consonância com os elementos naturais (água, vegetação, etc.) permitem-lhes executar “saltos sem peso”. Foi inevitável, para mim, associar esses guerreiros imaginários da cultura oriental com o Super-Homem, uma produção da cultura ocidental. E, a partir daí, comecei a fazer uma reflexão sobre as semelhanças e diferenças entre esses personagens e entre as civilizações que os criaram, partindo do pressuposto que representam cada um as crenças e as tradições de suas respectivas sociedades.


Oficina de trabalhos corporais: contribuição ao desenvolvimento de crianças / Cassiano Ricardo Rumin

Este trabalho relata atividades desenvolvidas junto a um grupo de crianças que apresentavam algum aspecto de deficiência motora. Desenvolveu-se em parceria com a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Assis/SP. Junto a outras atividades e oficinas, compunha o quadro de atividades educacionais do Projeto CRER. Realizamos trabalhos com procedimentos corporais de relaxamento e técnicas de toque, auxiliados pelo método Shantala. A massagem era utilizada para reduzir a tensão crônica que se estabelecia em regiões do corpo. Estabeleceu-se através do toque um vínculo terapêutico que possibilitou a escuta dos conflitos individuais. A massagem aplicada nos corpos atuou como um meio na estruturação de um campo de intervenção psicoterápica. A oficina de trabalhos corporais tinha como objetivo melhorar a coordenação do esquema corporal através da consolidação de uma imagem corporal e propiciar o acolhimento de demandas psicoterápicas em atividades grupais e atendimentos individuais.


Potência orgástica e encouraçamento: dois conceitos fundamentais para análise e vivências em Bioenergética / Leonardo José Jeber

Função do orgasmo, potência orgástica, reflexo do orgasmo e encouraçamento são conceitos baseados nos estudos, pesquisas e trabalho do médico e psicanalista Wilhelm Reich. Para Reich, biologicamente falando, o orgasmo é uma função auto-reguladora do organismo vivo. Ao estudar a função do orgasmo, Reich descobriu a fórmula da vida que se expressa em Tensão-Carga-Descarga-Relaxamento. É uma fórmula que se manifesta no organismo vivo e que mostra a capacidade do organismo de se auto-regular.


Uma visita ao consultório do Dr. Reich, com Morton Herskowitz / José Henrique Volpi

O Dr. Morton Herskowitz, que foi aluno e paciente de Reich, relata em uma palestra algumas passagens que teve sendo paciente e aluno de Wilhelm Reich. De um lado, mostra o Reich científico, estudioso, sério; de outro lado, denuncia um Reich agressivo, mas amigo, intolerante, mas persistente…


Vegetoterapia: aprendendo a amar(se) / Plínio Bezerra de Almeida Junior

Quando Wilhelm Reich ainda era aluno de Sigmund Freud, os psicanalistas esbarravam em casos sem solução. Isso despertou a curiosidade de Reich, que passou a observar os pacientes pela sua maneira de ser, expressar-se, o tom da voz, a postura corporal, entre outros, deixando de apenas ouvir o que era verbalizado e analisar o sintoma isolado. Ele desenvolveu uma nova técnica na psicanálise, denominada análise do caráter. Na seguencia, Reich descobriu a fórmula do orgasmo. Desenvolveu o conceito de economia sexual, como sendo a capacidade do indivíduo se entregar de forma máxima ao prazer, livre de inibições. Passou a trabalhar no corpo dos pacientes, desenvolvendo uma nova técnica da economia sexual – a vegetoterapia caractero-analítica – visando flexibilizar as couraças, reorganizar a energia, recuperar a pulsação (movimento de contração e expansão) inconsciente no corpo.


O inconsciente esculpido no corpo / Natalina De Bastiani

Contrariando a técnica psicanalítica de Freud, Reich deu um passo além, integrando a ela a abordagem corporal, que possibilita o reviver de situações emocionais que foram reprimidas, eliminando assim os afetos retidos, fonte de energia que mantém o sintoma, impedindo o verdadeiro self de se manifestar. Com a inclusão do corpo e não mais da mente apenas, Reich elaborou seu conceito de couraças caracterológicas e musculares que vão se formando ao longo das diferentes etapas da vida, com prejuízos específicos para cada uma delas. Segmentou o corpo humano em sete anéis, com disposição circular e perpendicular ao eixo corporal, que vão da cabeça aos pés, na seqüência: ocular, oral, cervical, toráxico, diafragmático, abdominal e pélvico.


Reich e Bioenergética na educação / Leonardo José Jeber

Este texto aborda a importância da contribuição das idéias e princípios reichianos e da Análise Bioenergética na educação escolar de Ensino Fundamental. Apresenta os princípios para uma prática e vivências corporais de movimento em Bioenergética, para crianças e educadores aí envolvidos. Apresenta, a partir de experiências vividas no interior de duas escolas (uma escola pública e uma escola particular da cidade de Belo Horizonte) a contribuição para a saúde energética de crianças e educadores.


Os quatro elementos e a Biossíntese / Maria Rosenberg Mizrahi

Tomando como base o livro Correntes da Vida, de David Boadella, procurei buscar nos conceitos de Biossíntese uma ligação e um embasamento para minha proposta de trabalho sobre os quatro elementos e o caráter.


A importância dos primeiros anos de vida na construção do sistema orgonótico de funcionamento da criança /osé Henrique Volpi

Entende-se por sistema um conjunto de elementos entre os quais existe uma relação e que formam uma estrutura organizada. Na informática, encontramos sistemas representados pelos softwares que são programas mestres de computador que controlam a execução dos demais programas. Na anátomo-fisiologia verificamos os sistemas cardíaco, respiratório, hormonal, reprodutor, etc. Na astrologia deparamo-nos com os sistemas solar, estelar… e assim, numa seqüência infinita encontramos muitos outros sistemas que interagem uns com os outros formando “redes de comunicação”. Orgonótico é um termo que deriva da palavra orgônio, nome dado por Reich à energia vital que está presente dentro e fora do organismo. Representa um sistema de energia que vai sendo construído de acordo com as experiências físicas, energéticas e emocionais que a envolvem a criança desde a sua concepção. Faz parte da construção desse sistema orgonótico de funcionamento o campo energético, o terreno energético, o temperamento, o caráter, a própria energia da criança e vários outros sistemas que são formados durante as etapas do desenvolvimento que veremos na seqüência.


A construção do self saudável como função do grounding / Odila Weigand

Self costuma ser identificado com essência, mas falta um acordo consensual sobre o que é essência. Ainda hoje as palavras ego e self são utilizadas de forma indiscriminada. Freud também utilizava de forma indiscriminada os conceitos de ego e self. Quando utilizava Ich em oposição ao superego e ao id, referia-se ao ego; quando utilizava Ich em oposição ao objeto, referia-se ao self.


O real conhecimento: som, corpo e movimento, na escuta e leitura terapêutica / Fabiane Alonso Sakai

O corpo se expressa, ou seja, emite sinais e mensagens conscientes ou inconscientes. É um corpo que fala com palavras, sons, gestos, posturas, sensações, sentimentos e atitudes (ações), estabelecendo um diálogo tônico (linguagem afetiva) de função determinante na aquisição de nossa noção de vivência do corpo; um corpo que tem razões, que chora, que ri, que canta, toca e dança. Toda expressão deste corpo carrega informações verdadeiras ou não, conscientes ou inconscientes e é um corpo que será também receptor de mensagens e informações. Como escutar e ler este corpo e suas informações? E o que escutar, ler?


Personagens encouraçados / Laurinda Rocha

Pela vivência em consultório, comecei a analisar alguns fatos que acontecem na vida de muita gente e que bloqueiam sua existência, tornando as pessoas personagens da história da vida dos outros. Essa é a proposta desse artigo.


Depressão: química ou emoção? / José Henrique Volpi

Depressão é uma desordem psiquiátrica classificada como transtorno afetivo ou do humor, que afeta todas as idades, raças e classes sociais. É um distúrbio caracterizado por uma alteração psíquica e orgânica global, de causa e sintomas variados, o que muitas vezes dificulta até mesmo um diagnóstico correto, e ainda não permite uma classificação que possa receber aprovação universal.


Hipertensão arterial e tratamento não medicamentoso / Ana Maria Gomes Soares

A hipertensão arterial é a doença mais prevalecente do aparelho circulatório. Estima-se que 17% dos indivíduos que compõem a força de trabalho da Grande São Paulo sejam hipertensos. A hipertensão pode ser maligna ou benigna. Quando a Medicina oficial não conhece a causa da hipertensão, define-a como hipertensão essencial ou maligna: uma doença psicossomática, isto é, uma biopatia primária que já pode estar presente na infância ou adolescência. A hipertensão benigna é uma doença somato-psicológica, uma biopatia secundária.


A visão reichiana de homem: algumas considerações / Ivomar Pelizzaro

Para se ter uma compreensão ampla e profunda sobre a visão reichiana de homem, é preciso que conheçamos claramente alguns aspectos básicos dessa visão e a partir da compreensão destes conceitos, pode-se ampliar esse conhecimento com maior profundidade.


Corpo: criando intimidade consigo mesmo / Ana Lúcia Rocha

Todos nós temos essa experiência de sermos um processo vivo onde os novos acontecimentos que nos atravessam imprimem em nós mudanças, e vemos assim, modos da gente ser – da gente se relacionar, modos da gente se dizer, modos da gente se perceber – se alterarem. Podemos então experimentar a potência, as possibilidades e a plasticidade de nossas vidas, dos nossos corpos. Podemos perceber que não somos seres fechados, mas sim seres processuais. Somos auto-construção. Formamos novos eus, novas formas. Essa é a jornada e o destino de todos nós: nos formar sempre novamente.


Caracterialidade fálico-narcisista / Cristian Guilherme Valeski de Alencar

Quando se fala em cobertura ou caracterealidade fálico-narcisista, temos dois aspectos. Primeiro, trata-se de um indivíduo que teve um maior comprometimento na fase fálica do desenvolvimento emocional. Esta é a etapa da descoberta da diferença sexual anatômica, em que a criança é capaz de fazer identificações com as outras crianças e também com os adultos. Nesse momento, surgem as primeiras perguntas sobre os órgãos genitais e as primeiras masturbações, o que deve ser encarado com naturalidade e sem punições. Segundo, por ser um indivíduo narcisista; o narcisismo vem do mito grego de narciso, personagem dotado de imensa beleza, que se apaixonou por seu reflexo na água e não podendo deixar de olha-lo, acabou se afogando. Esse componente narcísico atua sobre o eu e principalmente sobre o ideal de eu, que na verdade e a expressão de um eu fraco que acredita ser forte.


Pensando sobre a inteligência / Sandra Mara Volpi

A sociedade humana, em toda a sua história, vem definindo padrões para si mesma. Tais padrões classificam pessoas, recortando características específicas que lhes descrevem. Assim, é comum que as pessoas que compõem uma sociedade sejam avaliadas em seu padrão de beleza, de bom comportamento, de inteligência, entre outros. Todos os que transitam às margens do que se aproxima do que é definido como normal pelos padrões estabelecidos, serão incluídos. Já os que se afastam de tais margens, por excesso ou por falta, e especialmente estes últimos… para eles nem sempre há lugar numa sociedade encouraçada que só sabe conviver com o que é absolutamente previsível e controlável. Focando este assunto sobre o padrão definido socialmente como inteligência, podemos nos reportar à história e perceber o quanto esse conceito, a princípio estava totalmente atrelado à idéia de produtividade. Era preciso saber o quanto as pessoas eram inteligentes para que pudessem trabalhar numa recém ascendente cultura industrial, lá pelo final do século XVIII.

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