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Psicologia Corporal – Volume 1

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Descrição

Hoje, a Psicologia Corporal tem tido singular destaque entre as inúmeras escolas da Psicologia. Alcança novos espaços e a cada dia cresce em suas pesquisas, em seu campo de atuação e enquanto ciência. Novos pontos de intersecção entre a Psicologia Corporal e outras ciências vem gradativamente sendo traçados, estabelecendo uma visão em comum, onde o homem e a natureza são considerados em sua totalidade. A concretização do primeiro volume da revista Psicologia Corporal é mais uma conquista do Centro Reichiano. Após quase cinco anos de circulação por todo o Brasil, a revista conta agora com um novo formato no qual é possível reunir um maior número de artigos. Esse primeiro volume reedita alguns dos artigos já publicados anteriormente e também apresenta textos inéditos. Nossa filosofia continua sendo a de oferecer um espaço a todas as abordagens da Psicologia Corporal. Esse espaço também é seu. Portanto, seus artigos serão sempre bem-vindos.

Separações e aproximações no início da vida/ José Henrique Volpi

O processo da fecundação e gestação não é tão simples quanto pode parecer. É regido por movimentos de separações e aproximações, tanto físicas quanto energéticas. A primeira separação ocorre quando óvulo é expelido para fora do ovário e os espermatozóides para fora da bolsa escrotal. Após nove meses o feto se prepara para separar-se do útero e aproximar-se da pele da mãe, iniciando assim uma nova etapa de vida. Uma concepção proveniente de uma relação de amor, uma gestação tranqüila, serena, verdadeira e com um clima de aceitação, propiciará ao pequeno ser um desenvolvimento e um funcionamento das células e órgãos possivelmente mais saudáveis. Ao contrário, uma relação de hostilidade, sem amor, sem desejos, com rejeição e tentativas de aborto, bem como uma gestação de risco irão transmitir um quantum energético menor, uma condição de hipoorgonia (baixa energia) o que acarretará uma situação anormal que poderá ser patológica ou incidir posteriormente sobre o comportamento do bebê.


Psicopedagogia reichiana / Sandra Mara Volpi

É possível afirmar que a aprendizagem já se faz presente antes do nascimento. É através da qualidade de contato entre a mãe e seu bebê após o nascimento, que a criança aprende a funcionar, em termos de vinculação. Dessa forma, se o contato com a mãe é caloroso, íntimo e verdadeiro, é assim que a criança irá se relacionar com outros objetos de seus desejos. Por outro lado, se o contato é frio, distante e artificial, também o será no futuro. Em geral, somente um problema na escola é que nos leva a falar sobre “dificuldades de aprendizagem”, mas, se ampliarmos a visão de aprendizagem para além da escola, vemos que essas dificuldades podem surgir a qualquer momento. A psicopedagogia propõe-se a compreender e buscar soluções para essas dificuldades e, associada a uma visão reichiana, propõe algo além: compreender a dificuldade no âmbito do desenvolvimento emocional do ser humano. Assim, admite-se que a cognição, ou seja, a possibilidade de conhecer, por meio da inteligência, possa ser influenciada pela falta de estímulos essenciais a esse desenvolvimento. Parte-se do princípio que as mais diversas experiências são adquiridas no contato com o mundo e que o instrumento para tal é o corpo.


Temperamento e Caráter sob uma visão pós-reichiana / Federico Navarro e José Henrique Volpi

De acordo com Federico Navarro, temperamento é biológico. Cada um nasce com um temperamento que é a constelação neuroendócrina da pessoa. Já o caráter é sócio-cultural. Ele forma-se sobre o temperamento. Já o caráter, é uma defesa crônica do ego contra situações externas desconfortantes. Navarro utiliza terminologias diferentes de Baker e Lowen alegando que ambos não consideraram a estrutura de caráter de cobertura. A maioria das pessoas que encontramos são borderlinemas apresentam uma caracterialidade, ou seja, um traço de caráter de cobertura. Portanto, para se chegar a caracterialidade genuína é preciso interferir sobre a estrutura psicológica da pessoa.


Jogos: sua validade enquanto instrumento psicoterapêutico na abordagem reichiana / Sandra Mara Volpi

O jogo é uma das atividades mais antigas da humanidade e também uma das mais primordiais na vida de um ser humano. Desde tempos imemoriais o homem, joga, e através do jogo, comunica-se desde a sua mais tenra infância. A palavra jogo vem do latim jocus e guarda em seu significado o ato de gracejar, zombar. É também divertimento, brinquedo, passatempo. Jocus do latim, é sinônimo de lúdico. Desta palavra surgiu, no âmbito da psicanálise, com Melanie Klein, entre os anos 10 e 20, a ludoterapia. Ali nasceu a compreensão do valor psicoterapêutico do brincar. Através do jogo, demonstramos nossa forma – consciente e inconsciente – de lidar com o mundo, com o outro, com nós mesmos. O jogo é um ato espontâneo, que leva o ser humano ao encontro da liberdade e à construção criativa de sua própria realidade. Para a psicopedagogia, os jogos são ricos instrumentos de trabalho que, segundo Jorge Visca, põe em exercício funções cognitivas e afetivas, como também desenvolvem conteúdos sociais.


Mudando nossa relação com o meio ambiente: uma visão reichiana / Alberto Pucci Junior

Durante uma viagem de trem pela Europa a artista Marina Abramovic ouviu de uma pessoa que trabalhava em crematórios que há quarenta anos precisávamos de 125 graus para queimar um corpo humano, hoje precisamos de 715 graus para fazer o mesmo. Segundo algumas estatísticas, em 1790, a média de consumo diária de um norte-americano médio era de 11.000 Kcal/dia. Em 1980, esta média passou para 210.000 Kcal/dia. Exemplos como estes podem ser encontrados todos os dias, indicando a necessidade de compreendermos a origem dos problemas ambientais e como podemos achar soluções para resolvê-los. Estes problemas e suas soluções estão ligados à forma com que nos relacionamos com o meio ambiente. Para tanto, devemos entender as bases do comportamento humano e o pensamento funcional desenvolvimento por Reich.


A importância das relações de amor nas primeiras etapas do desenvolvimento infantil / Maria Beatriz de Paula e José Henrique Volpi

A etapa da amamentação é de fundamental importância para a formação do caráter de uma pessoa. Se a mãe está disponível às demandas do bebê, ele vai aprender a se reconhecer, a entrar em contato com o próprio corpo e suas sensações. Já um desmame precoce, ensinará precocemente ao bebê a sensação do que é a frustração. Isso é o que ocorre em todas as etapas do desenvolvimento pelas quais passa uma criança desde a gestação. Também devemos considerar como de fundamental importância a presença do pai e um enfoque voltado á profilaxia de uma educação saudável.


Em Reich, a esperança das crianças do futuro / Sandra Mara Volpi

Uma das características mais formidáveis do pensamento reichiano é o seu otimismo, a sua notória esperança quanto ao desenvolvimento do núcleo saudável da raça humana. Essa característica o fez afastar-se das idéias vigentes na sua época e o levou a abrir trilha e a seguir por um caminho pouco experimentando, tanto na época quanto hoje. Com suas afirmações sobre a existência da energia, a qual denominou orgone, Reich (1986) nos deixou um legado de fé: mais do que fazermos parte da natureza, somos natureza, compomo-nos de um elemento comum, que está presente em tudo quanto existe… somos vida… E era sobre essa vida que ele concluiu que deveríamos atuar. Na criança é que temos a possibilidade de encontrar o cerne saudável da humanidade. A criança está em contato direto com seu organismo, ainda livre de couraças. Está em consonância com sua pulsação, com o interjogo entre a contração e a expansão.


Os caráteres neurótico (segundo Navarro) e rígido (segundo Lowen) numa perspectiva organizacional / Lírica Maria Dagoano e Susan Regina R. Cavalleti

Navarro identifica a personalidade neurótica como sendo caracterizada pelo masoquismo, apesar de ser esta a personalidade mais sadia que encontramos, em termos percentuais, na sociedade atual. Relembra aspectos das condições sociais, culturais e educacionais da vida atual que oferecem abundantes oportunidades ao desenvolvimento da ansiedade, que ansiedade ancora-se ao diafragma, onde corta a respiração pela expectativa de algo. Conseqüência disto, o indivíduo provoca algo, mesmo que desagradável, para recobrar o fôlego. No trabalho terapêutico Navarro, utiliza-se da vegetoterapia caractero-analítica, uma vivência de práxis emocional em que as intervenções corporais são realizadas através de actings, que provocam reações neurovegetoemocionais e musculares capazes de reestruturar uma psicoafetividade sadia, dissolvendo os bloqueios energéticos que constituem a couraça psicológica ancorada no corpo. O trabalho com o paciente segue uma seqüência evolutiva compatível com o quadro, que vai do primeiro ao sétimo segmento e visa recuperar a funcionalidade do ser, permitindo mudar sua relação com o mundo.


Sono e sonhos / José Henrique Volpi

Durante muito tempo a ciência não deu atenção ao estudo do sono e somente após o desenvolvimento do eletroencéfalograma, em 1929, é que várias pesquisas sobre os mecanismos neurofisiológicos do sono passaram a ser desenvolvidas. Com esse aparelho foi possível registrar as ondas elétricas emitidas pelo cérebro e descobrir os ciclos e fases pelas quais passa uma pessoa quando adormece. Com isso, pesquisadores voltaram sua atenção para o esclarecimento da relação direta entre os estados de consciência e atividade elétrofisiológica do cérebro, em busca de uma maior compreensão da fisiologia do sono.


Bioenergética e desenvolvimento emocional humano / Sandra Mara Volpi

Desenvolver, em seu estrito sentido, significa “fazer crescer, medrar, prosperar, aumentar, progredir”. O desenvolvimento do ser humano é uma sucessão de etapas que se sobrepõem, não sendo nenhuma delas mais importante do que a outra, mas havendo entre elas uma interdependência, no sentido de que é necessário que cada uma seja vivenciada de forma plenamente saudável para que as demais também o possam ser. O mesmo se pode dizer a respeito dos domínios do desenvolvimento humano: o emocional não é mais nem menos importante que o físico, o cognitivo ou o social, e vice-versa. É pertinente lembrar que estamos falando de um movimento dinâmico, pois, por mais que se siga uma teoria estruturalista a respeito do desenvolvimento, ou seja, por mais que se acredite que existem etapas pelas quais uma pessoa necessariamente passará em sua vida, uma infinita série de variáveis pode ocorrer ao longo de tais etapas. E também há que se considerar que o desenvolvimento de cada ser humano será único, em função da maneira como ele interage com o ambiente. Há uma retroalimentação constante entre ambos: o ambiente proporciona a situação desafiadora que pode gerar crescimento; a pessoa responde a essa situação; a resposta cria novas forças ambientais para o desenvolvimento; a pessoa novamente responde, e assim sucessivamente.


Função do orgasmo. O que é isso? / Odila Weigand

A teoria do orgasmo é uma teoria que fala de saúde… de genitalidade… da capacidade de conter e agir ou expressar, tensionar e relaxar, expandir e contrair, amar e sentir raiva, prazer e angústia, conforme as circunstâncias. Colocando nosso foco na questão do orgasmo em Freud, Reich, Lowen, Keleman, Boadella, Gerda Boyesen, John Pierrakos, a Função do Orgasmo ganha peso diferenciado em cada uma dessas diferentes escolas


O caráter das relações de poder na empresa / Cinely de Oliveira Carlotto

A caracterialidade manifesta-se em cada pessoa pelo andar, pela expressão facial, pela maneira de falar e vários outros modos de comportamento. Mas, como seria avaliar este caráter num recrutamento? É possível preencher uma vaga utilizando os conceitos reichianos não considerando apenas a capacidade do candidato, mas levando em conta a sua estrutura de caráter, sua couraça caracterial e neuromuscular.


Os olhos que vêem podem não ser os mesmos que enxergam / José Henrique Volpi

As dificuldades visuais são anomalias provocadas por erros de refração dos raios luminosos que se projetam na retina. O número de crianças e jovens adolescentes que fazem uso de óculos vem crescendo a cada dia. Esses distúrbios, que geralmente são detectados na pré-adolescência, se prolongam por toda a vida do indivíduo e, quando da primeira consulta ao oftalmologista, a receita não é outra senão o uso de óculos. No entanto, apesar das lentes auxiliarem na dificuldade visual, nem sempre corrigem o problema que, se relacionado ao estresse, que pode ser físico e/ou emocional.


Autismo / Daniele Barbieri e Sandra Mara Volpi

O autismo é uma síndrome do desenvolvimento, que apresenta os seus sintomas invariavelmente antes dos 36 meses de idade, com abrangência em três áreas: comunicação, interação social e repertório restrito e repetitivo de interesses. Estima-se que a incidência do autismo é maior em meninos, numa proporção de quatro meninos com autismo para cada menina e que 75% das crianças com autismo apresentam deficiência mental. Na visão da psicoterapia corporal, e mais especificamente, da Somatopsicodinâmica, que é uma das teorias que compõe a primeira, a determinação do autismo está presente desde a vida intra-uterina.


A dança da vida e da morte numa visão reichiana / José Henrique Volpi

O homem tem uma história de pelo menos 70 milhões de anos e, segundo a ciência, surgiu da evolução de um grupo especial de macacos. Durante toda a história da Terra, nenhuma espécie animal tem sido tão bem sucedida biologicamente como o homem. Em grande parte, esse sucesso é devido à extraordinária natureza de seu corpo e de sua mente. Constantemente estamos dançando em torno do fio que liga a vida e a morte. Num dia estamos vivos, no outro podemos estar mortos. São poucos aqueles que vivem e sabem desfrutar dos prazeres que a vida oferece. Por outro lado, não raro são aqueles que se encontram vivos, mas estão praticamente mortos, em sua essência, em sua energia, em seu psiquismo, em sua alma. Abandonam a vida e caminham em direção à morte, não por ignorância, mas talvez, pela grande quantidade de couraças que envolve seus corpos e os impedem de pulsar. Para Reich, vida sempre foi sinal de expansão e a morte, de contração.


O corpo do terapeuta na prática clínica: uma reflexão sobre sexualidade, gozo e depressão / Liane Zink

Minha reflexão tem se voltado para o corpo do terapeuta. O corpo do terapeuta muitas vezes cindido dentro do seu próprio lugar, a cadeira em que se deixa cair, o corpo pesado e sem conexão com a sua própria respiração, às vezes deprimido e angustiado, cheio de tensões tão conhecidas. Como fazer para soltar as tensões frente ao cliente, que exige e demanda cuidados além do que meu corpo pode compreender ou dar naquele dia, naquela sessão?


A relevância da transferência negativa na análise kleiniana e na análise reichiana / José Henrique Volpi

Sabemos que as neuroses se formam a partir de conflitos, principalmente daqueles formados na primeira infância e que estes conflitos são revividos na análise através da transferência. No entanto, o manejo dessas atitudes transferidas cria um problema ao analista. Considerando que a relação entre paciente e analista gera uma transferência tanto positiva quanto negativa, quando esta for negativa faz com que o paciente se sinta ameaçado em seu equilíbrio psíquico e, como proteção, tenta atacar tanto o analista quanto a análise.


Dislexia: um estranho no outro lado do papel / Sandra Mara Volpi

Quando se fala em dislexia, ainda é muito comum que as pessoas reajam de imediato, dizendo: “O que é isso? Já ouvi falar, mas não sei o que significa…” Tais comentários partem inúmeras vezes, também, de profissionais ligados diretamente à área da psicologia, da medicina, da educação, e não somente de pessoas que poderiam meramente estar “mal informadas”. Na realidade, a desinformação a respeito da dislexia ainda é comum. Talvez comum demais.


A peste emocional que nos rodeia / José Henrique Volpi

Talvez você nunca tenha ouvido falar em peste emocional. Talvez nunca tenha lido nada específico a respeito, mas com certeza já deve ter tido alguma experiência desse gênero. A peste emocional geralmente aparece velada, por trás de boas intenções, no intuito de ajudar o outro e a sociedade. No entanto, com o passar dos tempos, a pessoa acometida por essa “doença”, vai invadindo todos os espaços, como uma erva daninha invade uma plantação ou um câncer que invade um organismo vivo, dominando tudo o que está ao seu redor.


Olhe-me, pede o corpo / Natalina De Bastiani

À época de Freud, muitos eram os que se debruçavam sobre o homem, tentando tirá-lo do lamaçal de doenças em que se havia metido. Reich estava muito voltado para o corpo energético, enquanto a Psicanálise, que o seduzira, se debruçava ainda e exclusivamente sobre o corpo imaginário, simbólico e libidinal. Diante de um mesmo discurso, a Psicanálise deixa-se guiar pelas palavras, chegando a evitar o face a face, negação total do corpo energético. Reich, ao contrário, optou por acreditar mais no que via do que no que ouvia!                 E o quê ele via? Via o corpo, a linguagem do corpo: gestos, posturas, maneirismos, uma distribuição energética inadequada (desorgonia), energia estagnada, aprisionada (estase), deficitária às vezes (hiporgonia) ou carga energética excessiva em outras (hiperorgonia). Via expressões corporais que refletiam atitudes existenciais do sujeito com mais fidedignidade que suas palavras. Via posturas que falavam de seu modo de amar, de sentir, de se ver, que revelavam seus constrangimentos, seus medos, suas sujeições, repressões, humilhações, suas subserviências… Outras, que desmascaravam sua onipotência, autosuficiência, tendência ao domínio… Uma linguagem direta, transparente, inequívoca e sem disfarces, que muitas vezes contradizia o conteúdo verbal.


Ser humano: um emaranhado químico, energético e caracterial / José Henrique Volpi

Constantemente o corpo humano é bombardeado por ácidos provindos tanto de uma perspectiva de produção metabólica interna, quando de fatores externos. Os ácidos são elementos produzidos pelo próprio corpo, em quantidades suficientes para manter um normal funcionamento celular metabólico. No entanto, essa produção aumenta consideravelmente em situações de estresse ou quando outro fator qualquer estimule o sistema nervoso simpático, uma situação que pode ocasionar a troca de elementos químicos internos e provocar sérios distúrbios na saúde de uma pessoa.


A criança autista no seu terceiro ano de vida / Daniele Barbieri

É entre os dois e os três anos de idade de uma criança autista que os pais começam a ter consciência de terem um filho diferente. Algumas vezes, a observação dessa diferença vem de parentes ou da escolinha na qual a criança está matriculada. Inicia-se, então, a procura por um diagnóstico. Quando os pais encontram um profissional habilitado, este deveria colocá-los a par da síndrome de autismo, das necessidades e possibilidades de tratamento. Mas, infelizmente, o que normalmente acontece é uma “via-sacra” de um profissional a outro.


Ludoterapia: uma visão reichiana / Sandra Mara Volpi

Que atitude dos pais e dos cuidadores pode ser considerada uma das mais preciosas para o desenvolvimento saudável da vida emocional de uma criança? Em linhas gerais, pode-se resumir em: permitir à criança ser, nada mais, nada menos que criança, e por sê-lo, deixá-la brincar. Já dizia Reich que os adultos não precisam fazer esforços homéricos para tornar uma criança saudável. A criança é saudável sem que ninguém faça nada; assim ela nasce. O que os adultos devem fazer é deixá-la livre para se desenvolver, não impedindo, com suas atitudes ditas educativas, que cresça segundo as leis de seu organismo, de sua inata capacidade de auto-regulação.

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