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Psicologia Corporal – Volume 8

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Descrição

Há um bom tempo sabemos o quanto cada um de nós faz parte de um movimento muito maior de que somos enquanto indivíduos, que engloba tudo quanto pulsa, dançando constante e ritimicamente entre contrações e expansões. Envolve tudo que é vivo e nos une em uma irresistível realidade à qual damos o nome de energia, e podemos sentir e enxergar quando olhamos para uma paisagem, um animal ou mesmo para u ser humano. Mente, corpo, energia, vibram num só movimento. Esse movimento (pulsação), também nos permite entender o significado da palavra amor, que não coloca nada, nem ninguém, acima de nós ou abaixo de nossos pés, porque abaixo, está a terra, que tem nos ensinado a cada instante que a vida se dá por ciclos, que devem ser respeitados. Temos tido a oportunidade de aprender a lidar com as dificuldades em nosso caminho e que a vida não se faz eminentemente do passado e do futuro. A vida se vive agora. O hoje traz também o futuro que não deve ser deixado para amanhã e também não deveria nos levar a adiar a vida e o prazer para sempre. Concordamos com Reich quando há cinquenta anos, vislumbrava uma humanidade melhor para o futuro. Em seu testamento, solicitou aos curadores de suas obras que lacrassem seus escritos produzidos nos últimos anos de sua vida para que fossem abertos cinquenta nos após sua morte. Entendeu Reich que naquele momento, a humanidade não era tão “humana” quanto o esperado para que compreendesse a contemporaneidade de suas ideias. Já cinquenta anos mais tarde, considerou Reich que seria compreendido. É chegada a hora… Em novembro desse ano, 2007, tais escritos poderão ser finalmente divulgados. Mas será que estamos preparados ou ainda precisamos de mais cinquenta e mais cinquenta anos?

Um retrato da obra “divina comédia” de Dante Alighieri e a vegetoterapia de Wilhelm Reich / Francisco Tosta e José Henrique Volpi

O tema em questão trata-se de um workshop realizado no XVII Congresso Internacional de Análise Bioenergética, realizado em Salvador no mês de outubro de 2003. A proposta do autor é demonstrar que a Bioenergética é também uma maneira de compreender conceitos religiosos e espirituais e, além disso, nos fornecer uma direção para viver uma vida espiritual a partir de uma perspectiva bioenergética. Sustenta ainda a proposta de Alexander Lowen de que a Bioenergética é uma teoria da personalidade, além de um método de terapia. É uma maneira de compreender a personalidade desde uma perspectiva energética, bem como de uma perspectiva psíquica.


Caminhada terapêutica: uma vivência bioenergética / Leonardo José Jeber

O texto apresenta uma orientação holística e bioenergética para a prática da caminhada com uma finalidade terapêutica. Introduz essa prática com o intuito de prevenir ou minimizar os processos de encouraçamento somático que ocorrem em nosso organismo. Tal proposta embasa-se na teoria psicológica de Wilhelm Reich e nos conceitos da Análise Bioenergética, psicoterapia criada por Alexander Lowen. Também indica a dimensão terapêutica como uma dimensão importante para o trabalho corporal na área da Educação Física e apresenta uma metodologia para a realização de movimentação específica durante a caminhada com o sentido de cumprir sua função terapêutica e pedagógica.


A culpa que carrega um zé-ninguém / Aline Cardozo

Reich chama de zé-ninguém o homem comum de nossa sociedade, o ser humano médio que se diminui sempre que pode e que não se permite evoluir. Para Reich o zé-ninguém é aquele que coloca em um pedestal seus inimigos e humilha os que estão a seu favor. O homem comum tornou-se um zé-ninguém ao sentir o peso da culpa que carrega desde tempos remotos, deixando com que ela, a culpa, o dominasse. Reich passou por este processo e por isso conhece e compreende tão claramente este homem que chama de zé-ninguém. Mas por ter amor à vida, tomou atitudes em seus momentos de crise, e assim tornou-se um grande homem. O zé-ninguém está presente em todas as relações da humanidade. Sendo assim, este artigo tem como proposta despertar no leitor a autocrítica.


Disfunção erétil: uma leitura reichiana / Angela Naccarato

O presente artigo trata de uma pesquisa que investiga o impacto da disfunção erétil na qualidade de vida de pacientes que realizaram prostatectomia radical, tratados com psicoterapia de apoio e medicação oral. Integraram a pesquisa 30 pacientes do Ambulatório de Urologia Oncológica do Hospital das Clínicas da Unicamp, que foram submetidos à prostatectomia radical por adenocarcinoma da próstata com diminuição da qualidade de vida por apresentarem disfunção erétil. Os pacientes fizeram uso de medicação oral durante três meses. Neste período, foram acompanhados semanalmente com psicoterapia corporal em grupo, enfatizando a parte educativa e informativa. Até o momento, a correlação positiva entre a função erétil e o tempo de exposição ao tratamento, mostrou melhora significativa. Foi observado ganho na qualidade de vida dos pacientes pelo aumento da auto-estima, melhora na percepção do próprio corpo e no gerenciamento de si mesmos.


A imagem distorcida no espelho / Juliana Serra Gomes da Silva

A relação mente-corpo sempre foi alvo de discussão de filósofos, médicos e psicólogos. Durante muito tempo o corpo foi relegado à condição de submissão. Mesmo com a constatação da influência que um exerce sobre o outro, ainda hoje o corpo é encarado como objeto a serviço dos caprichos humanos. A conseqüência é o surgimento de doenças relacionadas à percepção corporal. O objetivo deste artigo é abordar as distorções da imagem corporal a partir da ótica da psicologia corporal.


Depressão e transtorno bipolar: um estudo através da abordagem bioenergética / Márcia Maria Rovani e Valério Xavier dos Santos

Muitas vezes a pessoa que está com depressão é rotulada de preguiçosa e desanimada, mas é preciso compreender melhor porque ela está assim, bem como aquela pessoa que altera de humor repentinamente, indo da euforia para a depressão podendo ser esta, portadora de transtorno bipolar do humor. Este artigo visa explanar sobre essas duas patologias: a depressão e o transtorno bipolar do humor, suas características e algumas formas de tratamento. Esses dois assuntos serão estudados através da abordagem bioenergética, onde Lowen mostra que é no caráter oral que se originam a estrutura depressiva e o transtorno bipolar.


Psicologia da respiração, psicologia da vida / Marcos T. Elias (Mahamuni das)

 O presente artigo se propõe a observar as relações entre o ato vital da respiração, as emoções e os estados mentais. Sabemos em bioenergética como o uso da respiração veio a se tornar uma das ferramentas fundamentais para o acesso às emoções. Assim, aqui nos debruçaremos sobre as correspondências entre diferentes formas de respirar e os diversos estados de consciência que um indivíduo pode experimentar. O objetivo da pesquisa é esboçar uma ciência e uma psicologia profunda do ato de respirar. Para tal propósito, nos fundamentamos no desenvolvimento da psicologia corporal e da bioenergética, bem como na tradição antiga do Yoga, que há séculos tem estudado as relações entre a respiração e a mente.


A influência da estrutura social na formação do caráter / Maria Cristina Baggio da Silva

A estrutura social é um fator determinante na formação do caráter, representada pelo superego na estrutura psíquica. As diferentes formas de organização social influenciam comportamentos específicos de determinadas épocas. Durante o matriarcado havia relação sexual entre pessoas com laços consanguíneos e a contagem da linha hereditária e direito de herança pela mãe. O patriarcado estabeleceu a monogamia e, com o tempo, a repressão sexual associada à ideologia castradora da Igreja. Reich compreende este processo como um momento de desenvolvimento da civilização humana, explicando na possibilidade de satisfação dos impulsos biológicos na cultura, a superação da repressão da sexualidade e do modo de produção excludente.


Bioenergética: redescobrindo a vitalidade / Maria Inês Borges Mânica

Ao longo do desenvolvimento civilizatório, diante de uma evolução contínua da racionalização, o homem sentiu-se ameaçado em sua existência social, necessitando reprimir seus afetos e a adiar a satisfação de suas necessidades.  Como conseqüência, temos nos dias atuais um homem com uma forte desintegração entre ego e corpo, manifestando tensões musculares crônicas, provocando-lhe um inequívoco mal estar.  É comum sentir-se deprimido e insatisfeito, distante de uma vida repleta de energia e vitalidade. A Bioenergética como técnica terapêutica propõe ajudar o indivíduo a reencontrar-se com seu corpo, levando-o a tirar o mais alto grau de proveito da vida que há nele, devolvendo-lhe a vitalidade, o movimento e a graça de viver!


Pele: essa vestimenta que nos surpreende com o vitiligo / Maria Salete Mueller Cardozo

Apresento neste artigo uma patologia da pele, o vitiligo. Várias teorias foram propostas, mas aqui incluo a visão reichiana, demonstrando o quanto Reich definiu saúde com base na capacidade do indivíduo caminhar em direção à vida, propondo um pulsar rítmico para poder confrontar o mundo que o cerca. A pele funciona como um aparato sensorial é um meio de expressão e ponto de contato entre o mundo interno e externo. O vitiligo não pode ser separado da patologia geral do organismo e ser visto somente como uma doença da pele. Para Reich os sintomas desta patologia têm um significado somatopsicodinâmico.


Eu sou isto, você é isto,tudo é isto e isto é só o que há / Valéria Elias Araújo Bichara

O pensamento funcional nos instrumentaliza para melhor compreender a linguagem reichiana. O entendimento do funcionamento da energia orgone no indivíduo, na natureza e no cosmos traz da superfície complexa para a profundidade do simples, a percepção de ser e estar no mundo. Se a compreensão dos movimentos expressivos e a expressão emocional de outro organismo acontecem com base na identidade entre nossas próprias emoções, torna-se então prioridade ao orgonoterapeuta ancorar-se em seu cerne para o processo de cura e poder, assim, manter um contato direto com o paciente, ou seja, dentro da concepção reichiana, amá-lo. Reich se preocupa com o aparato vital do terapeuta e a necessidade deste ter uma sensação interna de órgãos confiável, para que esta seja a bússola dentro do processo terapêutico. Isto amplia a busca individual de autoconhecimento e cura para, numa proporção sem limites, uma verdadeira revolução social, visto que, somente pela mudança do gradiente energético de cada um de nós podemos mudar o mundo à nossa volta.


Além do corpo: uma reflexão acerca da crença e da palavra / Isabela Siegel Corrêa e José Henrique Volpi

Este artigo se propõe a pensar no papel das crenças no processo de cura, a partir de pesquisas e considerações acerca do efeito placebo e a refletir sobre a compreensão do psicoterapeuta a respeito das crenças do seu paciente durante o processo psicoterápico. A partir das pesquisas conduzidas por Masaru Emoto sobre a molécula de água, examina a influência das palavras e dos pensamentos e sua relação com a cura, explorando novos campos da relação mente, corpo e energia.


De Reich à Leboyer: uma visão humanizada da gestação, do parto e do puerpério / Mary Annie Pereira e Sandra Mara Volpi

Esse artigo visa abordar as implicações e a importância da qualidade de experiência do começo da vida do ser humano, desde a gestação, passando pelo parto e pelo puerpério. Hoje sabemos como estresses e traumas ancoram-se no corpo, deixando registros emocionais que podem ser carregados por toda uma vida, na forma de sensações provenientes de épocas muito remotas do desenvolvimento. Visa também explicitar como a psicologia corporal tem tratado destes temas e quais são suas propostas psicoprofiláticas.


Saber ambiental: sua dimensão, importância e contribuições reichianas / Daniela Janaína Pereira Miranda, Marlize Spagolla Bernardelli e Sandra Mara Volpi

Partindo do questionamento a respeito do quanto as pessoas conhecem o mundo em que vivem e têm consciência da importância do equilíbrio entre ser humano e natureza, coloca-se em evidência a problemática ecológica em que todos vivemos. A proposta deste artigo é repensar nossas atitudes em relação ao meio ambiente e, com base em nossas vivências e conhecimentos interdisciplinares, ressaltar a importância do saber ambiental e das transformações que este pode trazer à vida do ser humano e do planeta que habita.


Uma leitura reichiana do transtorno obsessivo compulsivo (TOC) / Gisele Andrade Silva e José Henrique Volpi

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é uma doença mental que atinge 4% da nossa população e por este elevado índice tem sido freqüentemente estudado pela comunidade cientifica. Contudo, a população em geral e muitos profissionais da área da saúde mental ainda desconhecem as causas, as conseqüências e as implicações psicológicas que este transtorno acarreta. Neste artigo pretende-se contribuir com informações sobre esta doença e apontar a Psicologia Corporal como uma proposta de tratamento.


A prática clínica da psicologia corporal com crianças / Fabiana Vissoto e Sandra Mara Volpi

Vivemos em um mundo acelerado, que valoriza o poder em detrimento do prazer, o fazer ao sentir e constrói pessoas encouraçadas, as quais conseqüentemente se relacionam neuroticamente e educam seus filhos de forma a crescerem em ambientes não propícios à liberdade, criatividade e autonomia. Isso tem sido um desafio constante nos dias de hoje. Neste contexto, as crianças são encaminhadas cada vez mais novas para tratamentos psicoterápicos, apresentando vários desafios aos psicoterapeutas que lidam com seres estruturalmente tão frágeis. Esse artigo tem por objetivo auxiliar a prática da psicoterapia com crianças, do ponto de vista da psicologia corporal.


Hipnose como ferramenta auxiliar para o trabalho psico-corporal / José Mario de Souza

A hipnose, desde a época de Freud, tem sido utilizada, por várias linhas da psicologia, como uma ferramenta auxiliar no sentido de uma reprogramação mental, trazendo à memória fatos importantes – traumas – que se tornaram inconscientes. Reich mostrou que não apenas a mente, mas também o corpo, tem importância fundamental na vida psíquica. A partir de então, vários outros estudiosos tem desenvolvido as chamadas psicoterapias corporais, que tem em comum a ação direta sobre o corpo, ao invés da ação puramente verbal. Dessa forma, o presente trabalho apresenta a possibilidade do uso da hipnose como auxiliar na reprogramação corporal, atuando diretamente na flexibilização das couraças, trazendo à tona as memórias corporais.


Desenvolvimento emocional: construindo funções / Sandra Mara Volpi

O desenvolvimento emocional humano tem sido constante objeto de estudo de teorias psicológicas estruturais. As teorias psico-corporais ampliaram a compreensão do desenvolvimento emocional de sucessivas etapas baseadas em termos psíquicos para uma visão que conecta mente e corpo, através da investigação do caminho percorrido pela energia, bem como dos bloqueios erigidos como defesas ao longo dos períodos gestacional, da infância e adolescência, que atingem igualmente psiquismo e corpo. Na prática psicoterápica, é necessária a integração das funções do desenvolvimento emocional: contato, comunicação, independência, produtividade, autonomia e identificação a partir de uma abordagem integral – psíquica, energética, física, cognitiva, social.

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