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Psicologia Corporal – Volume 11

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Descrição

A Psicologia Corporal trabalha em uma dinâmica tridimensional da personalidade, que atua sobre a mente, o corpo e a energia, sendo que esta última permeia os processos físicos, mentais e emocionais. Compreende o ser humano para além dele mesmo e como parte de uma rede de interconexões com o ambiente em que se insere.Mais do que fazer parte da natureza, somos a natureza. Se mantemos cabeça, coração e ação desconectados uns dos outros, entendemos e até sentimos, mas não compreendemos em profundidade que ação devemos empreender para que se recupere o equilíbrio e a harmonia, hoje distantes tanto no corpo quanto no meio ambiente. A doença é desequilíbrio, não só individual, não apenas no corpo, mas também no ambiente e é também a ausência da possibilidade da recuperação do equilíbrio, pela falta de contato com o vigor biológico para se alcançar essa recuperação. Na prática, significa que no corpo, assim como na natureza, o movimento pulsatório perdeu sua autorregulação. Uma vez que o corpo se comunica e faz contato com as pessoas e com o mundo que o rodeia, se a vida do corpo está diminuída, as impressões, reações, percepções e contato também estarão prejudicados. A mente pode esquecer, mas o corpo mantém vivo todos os sentimentos agradáveis e desagradáveis que nele foram registrados durante as etapas do desenvolvimento psicoafetivo, pelas quais passamos desde a gestação. Por meio de sensações, essas informações permanecem ancoradas no corpo. Podemos então dizer que o corpo adoece para a mente não enlouquecer. Portanto, a doença do corpo é a somatização da neurose. Acreditamos que reconectando a pulsação dos organismos será possível retomar a pulsação com o planeta…

A questão da masturbação na visão de Freud e de Reich / Cynthia Melo

O presente estudo confronta os pontos de vista de Sigmund Freud e Wilhelm Reich sobre a masturbação. Para alcançar o objetivo do trabalho, foi feita uma análise do artigo freudiano ”Contribuições a um debate sobre a masturbação” e dos textos reichianos ”Os pais como educadores II: a respeito da masturbação infantil” e ”Sobre o onanismo”. Em seguida foi feita uma relação entre os pontos de vista dos dois teóricos com a finalidade de perceber as aproximações e divergências de ambos a respeito do tema.


Prevenindo a depressão a partir da amamentação / Cassiana Egg Thiele

Depressão é uma palavra frequentemente utilizada para descrever os estados de ânimo dos seres humanos. No entanto, em nossa sociedade atual, há um crescimento incalculável deste transtorno que afeta milhares de pessoas que obtiveram uma perda significativa em um determinado período de sua vida. Estudos mostram que a depressão está relacionada à fase de incorporação do desenvolvimento infantil, compreendendo o período de amamentação, o vínculo e o contato corporal entre o bebê e sua mãe e/ou cuidador substituto, bem como a maneira com que o desmame foi realizado.


Menopausa e sexualidade: efeitos colaterais da cultura / Eloá Andreassa

A menopausa é uma fase de transição no ciclo de vida da mulher e por longo tempo na história foi associada a sofrimento, perdas, depressão e sintomas desconfortáveis. As transformações que acontecem no organismo da mulher são acompanhadas ou atravessadas por aspectos sociais e culturais e influenciam seu psicológico, criando visões positivas ou negativas deste momento de vida. As pressões sobre a mulher são tantas e ainda mais nesta fase, quando mudanças significativas acontecem e interferem não só em aspectos individuais, mas nos seus relacionamentos mais importantes, alterando seu status dentro da sociedade. Pretende-se, neste artigo, analisar as influências culturais sobre a sexualidade feminina na menopausa, focando nos papéis sexuais da mulher dentro da visão bioenergética de Alexander Lowen.


O amor e sua relação com os tipos de caráter segundo a Psicologia Corporal / Fabiana Vissoto Sposito; Lusiana Rodrigues; Maria Suelene C. Dantas; Patrícia Leal

O presente artigo tem como objetivo explorar o conceito de amor, partindo de concepções científicas e de senso comum, até chegar à visão que o mesmo tem para a Psicologia Corporal. O conceito de amor para o senso comum teve como base uma pesquisa de opinião em um grupo específico da população. Com base na análise do conceito de amor, parte-se para compreensão de como os indivíduos se relacionam de forma amorosa de acordo com os tipos de caráter colocados pela abordagem, e para tal foram descritas as características básicas dos tipos de caráter e levantadas hipóteses de qual seria o padrão de relacionamento amoroso destes.


Reich e meio ambiente: o impacto ambiental da compulsão alimentar / Francisco Tosta; José Henrique Volpi

Este trabalho tem como proposta relacionar a teoria reichiana e o pensamento sociológico na construção de uma hipótese biopsicossocial, na tentativa de compreender a forma como o ser humano interage com a natureza, e como uma saúde mental deficitária e compulsiva, atrelada a uma mídia de massas e a uma cultura que promove o consumismo, afeta a qualidade de vida e gera um declínio na interação entre as pessoas e o planeta.


Prevenção da couraça: a psicoprofilaxia na gestação / Andrezza Franzoni Alexandre

O sistema energético de uma pessoa começa a ser gerado na concepção, na união do óvulo com o espermatozoide, e vai tomando forma a cada experiência física, energética e/ou emocional vivida durante as etapas de desenvolvimento emocional. Durante a vida intrauterina é o corpo e a energia da mãe que garantem a sobrevivência e determinam a condição energética do bebê em formação. Mesmo após o nascimento, a criança sofre influências das condições energéticas dos seus cuidadores: pais encouraçados podem não perceber e/ou atender as necessidades de um bebê. Portanto, um projeto de prevenção da couraça começa com um bom programa de apoio à gestante e preparação para o parto.


A atuação da Psicologia Corporal em unidades de emergência pediátrica / Janine Rosset

A presença do psicólogo no hospital tem se tornado cada vez mais constante na atualidade. Sua atuação em diversos locais do hospital como enfermarias, pronto-socorros ou ambulatórios exige estratégias de intervenção diferentes que devem ser pensadas continuamente. O objetivo deste artigo é apresentar o papel do psicólogo hospitalar em unidades de emergência pediátrica, através da atuação da Psicologia Corporal neste ambiente, permitindo à criança a livre expressão de seus sentimentos e emoções e contribuindo para a aquisição de novas aprendizagens.


O corpo como instrumento de expressão / Leandro Garcia Doroteio

O presente artigo surge com o objetivo de ressignificar o conceito de corpo a partir de uma reflexão acerca de sua importância para com a construção da identidade humana: um corpo como instrumento de expressão de sentimentos, emoções e desejos; um meio pelo qual nos relacionamos e nos compreendemos somaticamente, manifestando através dele a totalidade de nosso ser. Portanto, representa uma alternativa de superação do desconhecido, revelando o seu caráter expressivo que permite a sua expansão energética, integrando a partir deste, um mundo vivo repleto de possibilidades, muitas vezes obscuro pela repressão de sentimentos, alimentada pelas couraças musculares estabelecidas durante o processo relacional do indivíduo.


Psicossomática reichiana transcendendo a “relação” entre psique e soma / Margareth Veltrini Amud

A Psicossomática é uma área de conhecimento relativamente nova, cujas origens, no entanto, se perdem no tempo. Na sua história recente, seus caminhos foram sendo trilhados em diversas direções, todas com um mesmo objetivo: compreender os processos emocionais envolvidos no adoecer do corpo. Neste trabalho pretendemos iniciar uma reflexão sobre o que se entende por Psicossomática, lançando um olhar sobre alguns aspectos de sua origem e desenvolvimento, para chegar a entendê-la, numa visão reichiana, a partir de um novo paradigma.


Personalidades sem fronteiras: o perfil do psicopata /Rita do Rocio Juliani

Este artigo não pretende aprofundar o estudo da psicopatia que adentra o universo dos crimes, daqueles que vemos estampados nos meios de comunicação, retratando assassinos frios e calculistas, mas focar naquelas pequenas atitudes do dia a dia, que revelam traços psicopáticos e que envolvem as relações pessoais, familiares, laborais e/ou as de convívio social. Reforçar-se-á este entendimento, com estudos realizados por alguns autores, principalmente de abordagem corporal, que contribuem para o aprofundamento da compreensão das personalidades psicopáticas, apontando, em alguns momentos, para o narcicismo, sempre presente nestas personalidades.


Memórias vivas de Brás Cubas: o narcisismo burguês na narrativa de Machado de Assis / Sérgio Luis Soares Mariani

Este artigo destaca as principais características do narcisismo burguês presentes no romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Associa o conceito de narcisismo individual e coletivo, apresentado por Alexander Lowen, a algumas características essenciais da experiência burguesa oitocentista – tanto a europeia quanto a brasileira. Por fim, promove uma reflexão sobre a influência que o narcisismo burguês do século XIX exerce na atual experiência burguesa do século XXI.


A memória emocional e as somatizações no corpo / José Henrique Volpi

O corpo humano é formado por vários tipos especializados de receptores sensoriais que detectam por meio dos órgãos dos sentidos toda e qualquer informação que são transmitidas ao sistema nervoso central (SNC). Cada pessoa interpreta o estímulo e reage à sua maneira, reação essa que depende do temperamento, da personalidade e do caráter. Do ponto de vista psicológico, expressar as emoções é a chave para um bom equilíbrio psíquico, mas, às vezes, a dificuldade em expressá-las é tão grande que gera um desconforto que supera todos os limites do corpo e da mente, acarretando nos efeitos do que conhecemos por estresse, um dos grandes vilões da somatização.


Corpo: entre o simples e o complexo / Sandra Mara Volpi

Na Psicologia Corporal, abordar o corpo ultrapassa os limites de compreender suas relações com a mente e a energia e de inseri-lo como um caminho a se alcançar o inconsciente no contexto terapêutico. Corpo e mente são um só, circunscritos um ao outro, e permeados pela energia que potencialmente os fazem vibrantes. No entanto, o contexto científico  é herdeiro de uma visão mecanicista, que historicamente separa corpo e mente em diferentes instâncias e perde de vista as sutilezas da energia. O corpo é simples na medida em que não é menos do que pode ser; é também complexo pela dinâmica que carrega em si, e que subjaz à maneira do ser humano ser e estar no mundo. O presente artigo pretende refletir sobre o corpo a partir de uma perspectiva da Psicologia Corporal, em suas simplicidades, complexidades e encadeamentos com a História e com a sociedade.

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